sexta-feira, outubro 31, 2025
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Educação socioemocional desde a infância: por que começar cedo faz a diferença

Pense em um mundo no qual as crianças aprendem desde pequenas a nomear o que sentem. Nesse ambiente, tristeza, medo, alegria e raiva não são confundidas com “manha”, mas reconhecidas como emoções legítimas, que merecem atenção, acolhimento e compreensão. 

Esse mundo começa a se construir quando falamos de educação socioemocional desde a infância — um movimento que cresce em força, forma e intenção nas escolas do Brasil.

Muito mais do que uma tendência, a educação socioemocional é um olhar atento ao que sentimos e como nos relacionamos com o mundo. E quanto antes começarmos a cultivar esse olhar, maiores são as chances de formar pessoas mais equilibradas, empáticas e conscientes de si e dos outros.

O que é educação socioemocional?

Educação socioemocional é o processo de desenvolvimento de competências que envolvem autoconhecimento, autocontrole, empatia, comunicação, colaboração e tomada de decisões responsáveis

Ela propõe que, além de aprender componentes comuns curriculares, as crianças também sejam encorajadas a identificar o que sentem, aprender a lidar com frustrações, cultivar relações saudáveis e se expressar com clareza e respeito.

É o famoso “aprender a ser”, tão necessário quanto o “aprender a fazer” e o “aprender a conviver”. Inclusive, esses pilares fazem parte das diretrizes educacionais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mostrando que o tema se tornou essencial.

Por que começar cedo faz tanta diferença?

Durante os primeiros anos de vida, o cérebro humano está em sua fase mais acelerada de desenvolvimento. Segundo o Center on the Developing Child, da Universidade de Harvard, são formadas mais de um milhão de conexões neurais por segundo nesse período.

Isso significa que a infância pode ser um terreno fértil para aprender — não só a ler e escrever, mas também a sentir e refletir.

É também nessa fase que as crianças começam a dar sentido ao que sentem. E, ao contrário do que muitos imaginam, elas não são“ imaturas” por falta de capacidade, mas sim por estarem descobrindo como navegar nesse mar interior chamado emoções.

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Nesse contexto, quanto mais cedo for oferecido um espaço seguro, lúdico e respeitoso para lidar com essas descobertas, mais natural será a construção de uma inteligência emocional. Essa pode acompanhar a criança por toda a vida, inclusive nos desafios da vida adulta.

Benefícios da educação socioemocional desde cedo

Os impactos tendem a ser múltiplos e vão muito além do desempenho escolar.  A criança que desenvolve competências socioemocionais desde cedo tem maior probabilidade de:

  • Comunicar-se melhor, expressando suas ideias e sentimentos com mais clareza;
  • Lidar com frustrações de forma mais equilibrada;
  • Desenvolver empatia, fortalecendo as relações sociais;
  • Construir autoestima saudável, reconhecendo seus pontos fortes e suas vulnerabilidades;
  • Ter maior motivação para aprender, pois se sente pertencente e valorizada;
  • Saber lidar com o erro, transformando-o em oportunidade de crescimento;
  • Ser mais resiliente, ou seja, consegue se recuperar com mais facilidade de situações desafiadoras.

Ou seja, preparar emocionalmente crianças para a vida é também preparar adultos mais conscientes, colaborativos e preparados para um mundo em constante transformação.

Educação socioemocional: o exemplo do LIV

Falar sobre emoções com crianças pequenas pode parecer, à primeira vista, um desafio e tanto. Mas o segredo está na forma como isso é feito. E é aí que programas como o LIV entram em cena, com uma proposta lúdica, afetiva e profundamente conectada ao universo infantil.

Na Educação Infantil, por exemplo, o LIV trabalha com histórias ilustradas, fantoches e músicas — recursos já familiares às crianças. Por meio deles, os pequenos são convidados a conhecer emoções como medo, alegria, raiva, tristeza e amor, vivenciando essas sensações junto aos personagens.

A ideia é que as crianças não somente “aprendam sobre”, mas “vivam com” essas emoções de forma segura e mediada por educadores. Tudo isso inspirado em teóricos como Paul Ekman, Donald Winnicott e Piaget, e com uma linguagem sensível e acessível, própria para cada faixa etária.

E mais: o Programa Socioemocional LIV se estende para além da sala de aula. A proposta envolve também professores, famílias e toda a comunidade escolar, criando uma rede de apoio e reflexão constante. Afinal, não dá para falar de desenvolvimento emocional sem falar de vínculos. E vínculo é algo que se constrói com presença, escuta e intenção.

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O papel das famílias

Se a escola tem o papel de ensinar, a família tem o poder de reforçar. E, no caso da educação socioemocional, esse reforço é essencial. Por isso, o LIV inclui no seu programa materiais exclusivos para os responsáveis, promovendo encontros, rodas de conversa e trocas com especialistas. 

Dessa forma, o diálogo sobre emoções deixa de ser um tabu e passa a fazer parte do cotidiano familiar. Como disse o ator Lázaro Ramos, pai de dois alunos do LIV:

O LIV vem e organiza isso, por meio de estudo, de ludicidade e de muita sensibilidade.”

Melhores práticas para aplicar a educação socioemocional na infância

Embora não existam fórmulas prontas, algumas práticas podem ajudar a tornar a educação socioemocional uma realidade:

  • Escuta ativa: reserve momentos para ouvir a criança com atenção, sem pressa e sem julgamento.
  • Validação dos sentimentos: diga que está tudo bem sentir raiva, medo ou tristeza. O importante é aprender a lidar com isso.
  • Nomeação das emoções: ajude a criança a identificar e nomear o que está sentindo. Isso dá clareza e reduz a ansiedade.
  • Histórias e brincadeiras: use contos, músicas e jogos como aliados na conversa sobre sentimentos.
  • Espaço de diálogo na escola: incentive a criação de momentos de roda de conversa, expressão artística e projetos sobre empatia.
  • Integração família-escola: mantenha uma comunicação aberta entre educadores e responsáveis, para que todos estejam alinhados.

Conclusão: um convite à reflexão

A educação socioemocional é, antes de tudo, um convite à escuta — de si e do outro. E, quando esse convite é feito desde cedo, tem o poder de transformar não só a trajetória de uma criança, mas como ela se conecta com o mundo.

Programas como o LIV mostram ser possível levar essa proposta para a escola com sensibilidade, ludicidade e profundidade. Porém, o mais importante é lembrar que não se trata de ter todas as respostas. Trata-se de criar um espaço onde as perguntas possam ser feitas com coragem, acolhimento e respeito.

Afinal, como diz a própria essência do LIV: não há uma única maneira de sentir, nem uma fórmula mágica para lidar com o que se sente. Mas sempre haverá espaço para aprender, crescer e sentir — com leveza, escuta e conexão.

Credito imagem – freepik.com